sábado, 2 de agosto de 2014

Meus 37

Sol. Luz. Pleno domingo.
No peito, a vida que foge.
Já quis a morte, é verdade.
A morte me driblou e, até ela, me abandonou.
Fiquei sozinha. Sem vida e sem morte.. Respirando...
Só, sobre a Terra.
Hoje, dia azul.
Meus 37 me engoliram, como a jararaca que engole o camundongo.
O dia passa... a dor fica.

(Eloisa Rocia)

Somente hoje (e a cada dia)



Há uma ferida aberta,
Pulsátil,
Neste coração cansado,
Que há de doer
Até a última batida.

Há um coração ferido,
Batendo,
cansado,
Que está a morrer
Desde a primeira batida.

Há um coração aberto
Nesta ferida,
Batendo,
E morrendo
a cada dia.

Há um coração que morre,
Uma ferida que pulsa,
Nesta batida doída.
Que dilacera
 Um pouco mais
A cada dia.

(Eloisa Rocia)