sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Vida real

Fato
Vida
Jogo
Dado
Seis lados
Há quem goste de números pares
Há quem goste de números primos
Há quem goste do número maior

Há quem prefira o menor número
Mas a vida é um jogo
São 6 as soluções
Qual delas a melhor?
Não seria melhor olhar com visão geométrica exata,
Verificar historicamente o que funcionou,
Biologicamente o que evoluiu,
Geograficamente o que convém,
Politicamente o mais correto,
Filtrar os excessos,
Escolher a solução matematicamente mais exata?
Prá mim é tão simples...
Ou será que não enxergo?

(Eloisa Rocia)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Sereno, sereno...


Folha verde pensa, gota de orvalho que se esquiva timidamente,
como cobra no chão, desenhando as nervuras simetricamente arquitetadas...
 queda livre...
Ah, quisera eu que certos momentos da vida rodassem
 em slow motion...
Splaft na relva verde
e  uma gota torna-se  3, 6, 9  microgotículas do mesmo sereno de outrora.
Não com a mesma forma,
Quase evaporado,
Mas o mesmo orvalho
Outrora, tivera aspecto de espelho esferoide,
Lupa detectora das perfeições das matizes da flor
Orvalho, sereno, Rocio...

(Pesquisando, descobri que Rocio é um sinônimo para tal evento da natureza...
Senti um capricho terno de uma mão suprema:
Rocia é meu sobrenome)

Amo o sereno... porque ele é sereno.
Aparece geralmente em noites claras e calmas, sem nuvem.
Sendo resultado da condensação do vapor da água,
 quando o dia aquece, ele logo se evapora, vai embora: mas não para sempre!
Fica esperando a próxima noite calma e serena...
E escolhe as folhagens a enfeitar...
Um dia em cada cidade, água viajante.
Quimera até noutros países?
Quanta cultura trará uma simples gota de orvalho?
Quanta sabedoria?
Sabedoria de tantos lugares e tempos distintos...
Sem nunca perder o teor...
Nunca perder a beleza sutil e humilde
Que quase ninguém vê.
Muitos pisoteiam, mas ele não se importa.
Ele é o que é. E sempre será.
E talvez eu tenha a sorte de vê-lo cair,
em slow motion, amanhã cedo de novo.

Eloisa, ROCIA

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Está nervoso? Diga florzinha...


Para alguém que acha que as pessoas são fáceis, ofereço um dia no meu lugar.
Me deparo diariamente com cada idéia que dá vontade de sair correndo.
Pessoas que querem algo que não sabem o nome, não sabem onde moram, não sabem onde estão... mas sabem que querem algo.
Elas não sabem o que querem... e eu que tenho que saber?

Mas, depois de quase sete anos de pós graduada, de oito anos de trabalho (engolindo x+y de sapos gordos e lagartos bem nutridos diariamente), descobri o segredo do sucesso: Falar florzinha...

Eu explico: Todas as vezes em que tiveres vontade de dizer um palavrão soletrado, xingar vorazmente... diga florzinha!

Faça um trato com o seu cérebro. Diga: "Cérebro, fica acordado que, à partir de hoje, quando eu chamar alguém de florzinha, estarei xingando. Quanto mais suave soar esta palavrinha dita, quanto mais pausadamente eu falar, maior a minha ira."

O cérebro entenderá o desabafo. Ainda de quebra, você ficará como super doce, bem educado...

Portanto... não se engane a meu respeito, caso eu te chame de... F L O R Z I N H A...


(Eloisa Rocia, 2009)

Basta de loucuras


E se o verão passasse rápido demais?
Será que teríamos sofrido o suficiente
Para tornar a vida mais legal?
E se os nossos caminhos não se cruzassem lá na frente?
E se por acaso eu mudasse a direção?
(Só prá saber)
Como seria ver um outro final?

Vai...
Não pense que é fácil a vida assim
De um louco desvairado
Tentando se encaixar
Nos padrões da vida real
Vai...
Espere o sinal abrir prá nós dois
Afinal é o que se espera
No mundo real
(No mundo irracional)
E se o verão não passasse nunca mais?
Será que teríamos sido felizes o suficiente
Para tornar a vida mais legal?
E se os nossos caminhos se cruzassem lá na frente?
(Só prá saber)
Como seria ver um novo final?
Vai...
Não pense que é fácil a vida assim
De um normal encaixado
Nos padrões da vida real
Vai...
Espere o sinal fechar prá nós dois
Afinal nada se espera
De um mundo irreal
(Do mundo racional)...
Eloisa Rocia

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

ALGUÉM AQUI...


Há de haver alguém aqui
Que possa ouvir o coração bater... lento... quente...
Como as noites tão suaves de verão
Que espalhamos as palavras em todas as calçadas
e pelas sacadas do nosso apartamento...

Há de haver alguém que escute o sussurrar deste lamento
De não ter
De perder
De ter que se esquecer do que nunca se quis ...

Esqueça
Avida clama lá fora agora
As aves continuam seus trajetos
O sol ainda brilha em minha direção
O que há comigo então?
Há de haver aguém... há de haver alguém... aqui?

(Eloisa Rocia)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Rodapé que HG não lerá...

Eloisa, 34...
Tomei Ki-suco dos 3 aos provavelmente 10 anos.
No mundo real sou  pouco atraente fisicamente. Sou sobrepeso, tenho 3 filhas e 1 marido. Tenho 4 cachorros. Classe média-média (qual é a medida disso???). 
  Graduada em Enfermagem e Obstetrícia, pós graduada em Reabilitação das anomalias Craniofaciais.
  Já fui Marxista. Já acreditei na democracia brasileira.

Filha de mãe costureira e pai musicista.  
Nunca acreditei que tiramos o Collor do poder.
Não gosto do sacrilégio contra a Lingua Portuguesa que vejo na Internet.
Tenho mais de 300 amigos virtuais que, com certeza, não me acolherão juntamente com a minha (grande) família, caso uma enchente destrua a minha casa.

Vivo nas periferias do mundo virtual. Neste mundo Virtual sou tudo aquilo que não pude ser no real: Poetisa e artesã.
Os 15 fãs do meu blog, com toda a certeza, não leem o que escrevo. Mesmo assim escrevo, pois deve haver vida em algum lugar... deve haver alguém que se importe... que sinta... deve haver.
Neste mundo imaginário me sinto viva. Sou eu mesma.
É isso aí.
(Eloisa Rocia)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Saudade...

Saudade é a parte invisível do outrora tocável
Do hoje distante.
Saudade é opassado trascrito no presente
Inconsequente, cheio de remorsos

Saudade é a certeza da longitude do objeto amado
É a dor da incapacidade de ser
O alívio de não ter mais que decidir

A decisão é algo eterno.
O amor é algo sem fim... sem fim...

A saudade é inútil, mas inevitável.
Amor é algo eterno que nunca dura o suficiente.
A decisão é a razão da natureza pecadora humana.

Vejo mapas ao acaso
Vejo flores na janela
Vejo pássaros no muro.
A bolsa de valores,
As dívidas que sobraram de meses e meses.

Faço um desenho com giz na janela,
a bola rola, a vida continua.

E, ao menos para mim,
A saudade ainda é inútil, mas inevitável.
Amor é algo eterno, mas que nunca dura o suficiente.
E a decisão é o grande karma natureza pecadora humana.

(Eloisa Rocia)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Se...

O que seria se não tivesse sido?
Se tivesse sido o que não foi?
Fosse eu diferente...
Quem eu seria?
E se as duas torres não tivessem caído?
E se o muro de Berlin estivesse intacto?
(entre nós)...
Quem é o destino afinal?
Não sinto o sopro dele em meus ouvidos.
Sigo sozinha, a esmo
Tentando fazer o melhor...
Quase nunca acerto.

O que seria (de nós) se o nosso mundo não tivesse caído?
Afinal, que máscaras usaríamos?
Teríamos ou não solução?

Existem coisas que insisto em não pensar,
Mas quando a brisa bate em minha face
tenho ligeiras distrações primaveris
Lembranças que trazem saudades
Lembranças que não gostaria de ter.

Quero um lápis para reeditar o texto
Uma borracha para apagar pessoas e fatos

Quero isso da ciência
Apenas isso
Esquecer
Não lembrar
Não cogitar hipóteses
Seguir com meus remédios de Esquizofrenia Paranóide
E viver uma vida comum, cheia de tarjas pretas.
Prá ser uma normal descerebrada.
Do contrário, minha vida se torna incompatível com esse planetinha azul.
(Eloisa Rocia)

terça-feira, 4 de outubro de 2011












By Eloisa Rocia...






Pensamentos 23/09/2011

Não mais que um suspiro seria a vida?
Seus lábios secos e pálidos resmungam lamentações intermináveis.
 Lamentações por  fatos passados, atitudes não tomadas, amores não vividos.
Não mais que um olhar sobre os ombros, contempla o ar que parece sério neste dia primaveril.
Um cheiro interminável de saudades dos que partiram, dos que não puderam ficar.
O gosto amargo desce faringe adentro. O mesmo amargo de sempre.
Num demorado súbito, vira a face e vê que a primavera não deu as caras este ano.
Marcou hora e dia, mas não apareceu. Como aqueles telefonemas que a gente espera e espera... e não acontecem.
As   folhas caem secas e as flores despontam timidamente, diferente de outrora.
Houve um tempo em que havia um prazer em regar as plantas e, ainda assim
 o cheiro de terra molhada também fazia lembrar dias tristes.
Quando afinal ela fora feliz?
Pensa sem se lembrar de um dia sequer onde a alegria não tenha vindo seguida de uma dor estranha na alma.
 Uma dor da certeza de que aquilo tudo vai passar...
Em segundos percorre mais um pouco o tempo, voa décadas adentro.
Ouve risos e choros de crianças que brincavam e brigavam no quintal.
Dias passados sem olhos nos olhos, ao som de uma máquina de costura incessante.
Agora, seus varais caem quando colocas neles pesadas roupas.
Culpas ao tempo e talvez ao próprio Deus por sofrer as angústias de quem não tem com quem contar.
O chuveiro estoura, a porta imperra, a luz se apaga e já não há ninguém para socorrê-la.
Suspira e lastima pela tristeza que é a sua vida.
Os netos destroem a sua casa limpa. As almofadas fora de lugar te tiram a paz.
Grita e revive momentos que jurou não mais viver... mas pensamentos e atitudes reverberam... retornam... sempre voltam.
Depois ver o resto de tudo.
Vida triste de quem nunca foi feliz.

(ELOISA ROCIA)