segunda-feira, 22 de novembro de 2010

...


Meu coração...
hoje deu de bater:
O que há com ele?
Me deixou morta por alguns intermináveis dias
E agora, volta
Sem proferir uma palavra.
Apenas volta.

Ah, coração...
Sei que está cansado, amigo!
Mas sei você aguenta um pouco mais.
Mais uma pedra atirada,
mas uma bala de prata em sua direção.

Cala-te, insano!
Aprenda a guardar sentimentos para si
e sobreviva.
Ninguém quer saber...
Niguém precisa saber.
Cala-te. E continue a funcionar.

Meu cérebro...
Hoje está em harmonia...
O que há com ele?
Me deixou insone por alguns intermináveis dias
E agora, volta
Sem proferir uma palavra.
Apenas volta.

(Sensação de dejavù...)

Ah, cérebro...
Sei que está cansado, amigo!
Mas aguenta um pouco mais.
Mais uma injúria atirada,
Mais uma calúnia em sua direção.
Cala-te, insano!
Aprenda a guardar suas idéias para si
e sobreviva!
Querem saber?
Minhas idéias agora tem preço.
Precisam saber?
Paguem-me, e terão.
Cala-te, cérebro!
Tua hora há de chegar!

(ROCIA, Eloisa)

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Soneto para uma menininha...





Apenas por um cordão esta simbiose
Ligação tênue e transitória a nossa
Tão simples e complexa metamorfose
De uma indizível paz que me remoça

Minha alma sabe-se indigna de tal graça
Enquanto os teus olhos se fixam nos meus
No meu peito um coração que descompassa
Inquietude eterna ante a essência de Deus

Teus olhos me fisgaram do jeito mais cruel
Agora sei que já não há mais volta:  
Serei tua, para sempre tua escrava fiel

Este soneto que escrevo é pra te dizer,
Que tu és a melhor parte que há em mim, anjo meu
Sou sua mãe e estarei sempre aqui prá te acolher.

(ROCIA, Eloisa)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Saudade




Cama
Livro
Medo do escuro
Luz na cara, noite inteira

Passa assim, sem sono
Como a donzela que desdenha o rapaz.
Face outra
Espelho falso
A verdade ficou perdida
Naquela esquina
Rua qualquer

Qual é a minha cara agora?
Foram tantas as máscaras que eu já nem sei mais.
Procuro um alguém que me ajude a encontrar
Uma música que faça este coração bater

Um acorde perdido no tempo
A saudade é uma doença que mata.
Não há quimioterapia que resolva, 
nem tomografia que detecte.
O mar é o mesmo.
O sol também.
O mesmo violão.
Mas você não está aqui.
Se há remédio, quero tomá-lo.
Se há razão, quero entendê-la.
Se houver noite, quero dormi-la.


(Rocia, Eloisa)

domingo, 7 de novembro de 2010

.

Sim! Os anos se passaram. A idade não deixa
ninguém impune.
Cada dia agora são dois anos.
Como uma porção de água que alguém tenta segurar,
Os minutos esvaem-se por entre os dedos
E o céu lá fora denuncia que o dia já amanheceu
Mais uma vez o sol chegou antes do sono
O sono é uma visita inoportuna: chega sem ser esperado, sem ser convidado
Pensamentos giram como elétrons ao redor de um núcleo.
"Meteorologia prevê sol durante a corrida de fórmula 1"
E eu só quero um pouco de sol aqui dentro... seria pedir demais?
Eu que não vendo cigarros, eu que não tenho uma Ferrari nem sequer R$ 400,00 para o ingresso só queria um raio de sol que me despertasse deste longo inverno.
O clima é tropical? Para mim é semi árido.
Tranquei minha arrogância dentro de um baú e joguei as chaves no telhado
Talvez Papai Noel, ao entrar pela chaminé, neste ano, me traga de volta a mesma chave, dada a sorte que eu tenho.
Juventude quer um mundo pós moderno.
Eu não suporto a modernidade. O que poderia
vir depois disso?
O fim do mundo ou o fim da paciência?
O que eu queria hoje? Cair no esquecimento.
Esquecimento... um lugar que me traz paz.
 

Notícias do dia: "Erros de impressão na prova do ENEM"...
Atenção: Preencha as questões à caneta, a
prova terá a duração de 4 horas e os erros
são toleráveis apenas para os maiores de R$
16.000,00.
Paul McCartney está no Brasil em turnê 
O salão do eutomóvel exibe mulheres ou carros?
Existem coisas que ficam sem explicação por
toda uma vida.
Garoto de 7 anos morre após ingerir vodka
enquanto nossa nova presidente viaja pelo
mundo.
Insanidades... coisas descabidas... Vida real.
(Eloisa, num domingo insone)

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Carta ao Deputado Fulano de Tal:

HOJE MANDEI UMA "CARTINHA AMIGA" PARA OS DEPUTADOS QUE EMITIRAM PARECER CONTRÁRIO AO PL 2295/2000, QUE PROPÕE A REDUÇÃO DA CARGA HORÁRIA DA ENFERMAGEM DE 44 PARA 30 Hs. semanais... AQUI VAI UMA CÓPIA PRÁ VCS...

Sr. (...), Como o Senhor pode ser contra a nossa redução de carga horária?
Pense bem quem dá prejuízo para os cofres públicos:
Não são os enfermeiros que recebem de “verba de gabinete” R$ 60.000,00
Nós nos deslocamos, a serviço, da nossa Unidade de Saúde da Família para as residências dos pacientes com veículo próprio, gastando do nosso bolso com gasolina. Enquanto o Sr. Deputado possui uma verba indenizatória mensal de R$ 15.000,00.
O meu salário é de R$ 1.700,00 reais por mês. Com ele tenho que pagar aluguel, luz, água, transporte, escola das crianças... etc etc etc. Fiz 1 curso de Graduação e 2 cursos de pós graduação. Recebo hoje, como salário, o mesmo valor que pagava de mensalidade na faculdade há 9 anos atrás. Meu convênio de saúde? É o SUS.
Não temos um piso salarial decente. Enquanto o Sr. Deputado ganha R$ 16.502,09 por mês, livre de outras despesas, para trabalhar umas poucas horas por semana. E com o detalhe: Tem 14º. E 15º. Salário!!!!
O Sr. Tem auxílio moradia de R$ 3.000,00/mês.
O Sr. Tem cota postal e telefônica de R$ 4.000,00/mês.
O Sr. Tem R$ 9.000,00 por mês para gastar com passagens.
O Sr. Tem R$ 8.000,00 por mês para Assistência médica.
O Sr. Custa para os cofres públicos cerca de R$ 166.512,09 por mês!!!
E ainda tem coragem emitir parecer contrário ao PL 2295/2000, cuja proposição é reduzir a carga horária da enfermagem de 44 para 30 horas semanais, alegando que a gente vai procurar duplo emprego!
Querido deputado, uma novidade para o Senhor: NÓS TEMOS DUPLO EMPREGO HÁ MUITO TEMPO, POIS NÃO RECEBEMOS O NOSSO PISO SALARIAL! Ou o Sr. Acha que vivemos de brisa?
Espero que após tudo isso o Sr. Possa refletir melhor antes de votar o PL 2.295/2000 (que aliás fazem só 10 anos que está esperando aprovação!). O mínimo que o Sr pode fazer é emitir um parecer favorável da próxima vez!
Atenciosamente,
Eloisa Rocia

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Para três Marias...


Olhar teus olhos para sempre –
É o que quero
Meu abraço infinito
Tua boca sorrindo ao dormir
Seus gritos noturnos de medo
Sou o abraço que te protege do bicho papão
Que te ampara a cada momento
Teu porto seguro.
Quando estiveres em teus melhores momentos
E achares um engano minhas recomendações,
Serei a mão que te acompanha,
Os olhos que te guiam
Os braços que te carregam.
Um dia tudo passará:
Infância, adolescência, juventude...
Um dia encontrarte-ás como a mim, assim,
Perdida de amor.
Espero poder vê-la viver este momento,
Ápice da vida,
Que é ser mãe! 
(Eloisa Rocia)

RETALHOS DE VIDA


É preciso se ter um herói
E uma santa
Um sonho de bailarina
E um cavalo de batalha
É preciso se ter uma partida
E um lugar para voltar
Uma mão firme que impeça que se atravesse a rua
Um cafuné durante uma crise de choro.
É preciso se ter um segredo
Com a avó que oferece doce antes do almoço.
É preciso ter a mão que deixa uma louça de lado
Para acariciar um hematoma recém fabricado.
É preciso ter cobrança e respeito.
É preciso ter histórias de vida
Ao som dos garfos e facas ao prato.
É preciso ter cantoria
E fé na vida, por mais dura que ela seja.

Para ser quem sou,
Foi preciso ouvir todos os dias o som do violão.
E um assobio no ar.
Muitos “nãos”.
Foi preciso
Ter tido um pai de ferro e de algodão,
E uma mãe de espinho e de doce.
Foi  preciso aprender a ver
Nas nuvens abstratas, objetos concretos.
Brincar com as sombras na parede,
Das tuas mãos gigantes nas minhas, tão pequenas,
Todas as vezes que a luz acabava.
Para ser quem sou,
Tive que repartir uma maçã em três pedaços,
suportar a vontade de comer mais um bife.
Ver papai chegar do serviço e ir irrigar as plantas.
Assim como a mamãe na máquina de costura
Todos os dias de minha vida.
Foi preciso levar umas palmadas,
Após brincar com ovo, ou me molhar inteira na torneira.
Foi preciso ouvir muito Vinicius de Morais e Dilermando Reis.
Sentir a falta do papai no carnaval,
Quando ele partia para tocar o seu piston.
E depois, esperá-lo na esquina, quarta feira de cinzas.
(Ele sempre trazia um presente para cada um de nós).

Foi preciso estudar muito e tirar as melhores notas.
Foi preciso andar muito a pé,
carregando minha mochila pesada.
Passar vergonha na faculdade,
por não ter uma roupa ou um sapato bonito,
como os das minhas colegas.
Foi preciso muito silêncio e sofrimento.
Mas do jeito bom de se sofrer.
Acordar cedo e dormir tarde.
Passar as tardes na biblioteca por não ter onde ir.
Foi bom ter aprendido cedo a dar valor as coisas.
Foi bom ter que lavar a louça subida numa cadeira
Para alcançar a pia.
Foi bom.
Importante.
Imprescindível.
Eu amo a minha história.
E, fosse eu a autora de tudo,
Não saberia escrevê-la diferente.

ELOISA ROCIA

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Paz!


Paz, peace, Frieden, Paix, Pace, 
ピース... 
Do latim, Pacem = Absentia Belli
definida como um estado de calma ou tranquilidade, uma ausência de perturbações ou agitação
No plano pessoal, paz designa um estado de espírito isento de ira, desconfiança e sentimentos negativos.
Pela Lei é demonstrada nas relações diplomáticas
Pela força, quando o Estado é ditador
Paz de terror – Quando nações estabelecem a sua paz sob a ameaça de artefatos bélicos.
Paz Eterna, termo de  Immanuel Kant
uma piada, onde a inscrição "Paz Eterna" é usada como legenda na ilustração de um túmulo.
Cada um vê a paz de uma forma.
Mas eu a busco, de forma intensa
A paz é oxigênio para os meus pulmões.
Ora, uso da diplomacia.
Ora simplesmente me calo.
Só não se faz paz com guerra.
Paz de terror?
Como definir paz com um antônimo?
Eu amo a paz.
Eu busco a paz.
Eu preciso de paz.
Eu desejo a todos a paz... pura e plena.
Entendam esta “paz” da forma que puderem.
Eu a entendo sem palavras,
No coração.

(ELOISA ROCIA)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Quem sou eu?


Alguém comum... Tentando ser normal. 

Prefiro palavras escritas às faladas.
(conversas me cansam a mente)
Prefiro reflexão à reação imediata.
Prefiro ação à intenção.

Prefiro um sorriso que mil palavras.

Não quero saber da vida de ninguém:

Nem percam o seu tempo me contando.
Minha prioridade é minha família.
Faço tudo pelo meu amor. Tudo.


Amo música, poesia e artes.
Amo conhecer outras culturas.
Viajo em meu universo paralelo sempre que posso.

Adoro degustar palavras... ouvir Deus, Divina Majestade
Através das coisas simples... dos olhares inocentes.


Quando eu estiver de óculos, me deixe quieta


As pessoas me cansam todos os dias
Sempre do mesmo jeito
Mas eu as tolero.
"Soportai-vos uns aos outros"
(Se bem que poderiam falar menos)

Às vezes sinto saudade de um tempo em que não vivi
Havia um tempo em que as pessoas viviam sóbrias
e enfrentavam os problemas.
Eu vivo sóbria... mas como enfrentar os problemas?

Eu sou assim...
Não preciso de sua aprovação.
Preciso apenas ser eu mesma.

Eloisa Rocia (Far, far away...)

domingo, 11 de julho de 2010

Dora: uma brasileira comum.



Ela acorda todos os dias às 4:30.
 Prepara a marmita do marido e o café preto.
 O pão já acabou.
 O mês ainda não.
Corta o alho e a banha que guardou.
 Eram as sobras que a patroa sempre joga no lixo.
Dora pensa: “Que bom que a patroa é light”- e ri.
Fritando o alho na banha, joga o arroz contado.
Pensa: “dando para as crianças e para o marido
 já está de bom tamanho”.
O feijão já está cozido na geladeira.
 Está pouco, mas ela aumenta com água e farinha.
 Pronto. Marmita pronta. Café pronto.

Acorda as crianças.
 Apronta a prole para a creche.
Sapatos impecáveis.
 Cabelos molhados, grudados no couro cabeludo.
 Dentes escovados. Tudo pronto.

Caminho longo, à pé, até chegar.
Mas tudo passa rápido, graças às belas histórias de Dora.
Sim, ela definitivamente é boa ao contá-las.
As crianças se divertem,
 e os risos fazem os pés não doerem tanto.

Às vezes Dora chora.
Na casa da patroa ela pode almoçar...
 nunca falta nada.
 Sempre tem arroz, feijão, carne, legume e verdura.
 Mal consegue engolir a refeição, pensando no marido, pobrezinho... na roça.

Quanto às crianças,
elas tomam um bom leitinho se soja c
om bolacha na escola,
de manhã.
Depois almoçam uma sopa nutritiva.
Na saída da escola tem uma fruta.
Definitivamente: elas comem muito bem.
Mas o marido... pobre homem!
Mal chega aos seu 45 quilos...
e carrega aquela foice pesada o dia todo.
Ele corta cana de açúcar.

Dora não come carne.
Não que não lhe agrade o sabor de um bom bife.
São os dentes que lhe faltam na boca.

Muitas vezes ela pede as sobras de comida prá patroa,
 que é definitivamente muito boa!
Dora diz que é para o Rex, seu cachorro.
Dora mente – aliás, como toda boa contadora de histórias,
 é uma grande mentirosa.
 As sobras são para o jantar das crianças e do marido.
 Inclusive, Dora mente duas vezes:
 o Rex já morreu há alguns meses.
Atropelado por uma viatura.
Pobre Rex. Ele era um bom cão!

Dora não janta.
Dora prepara a mesa e se senta.
É tão bom ver as crianças se fartarem assim!

Todas as vezes que tem sobras na patroa,
as crianças têm mistura.
Dora agradece a Deus pelo alimento que,
no final das contas, nunca falta à mesa.
 Mal ou bem, as crianças não passam fome.
Nem o marido. Nem ela.

Nunca lhe faltara serviço, porque Dora faz de tudo um pouco. Faz faxina, limpa piscina,
 é boa na roça, é boa na costura, no crochê...
e assim segue a vida.

Mais um dia desta mulher se passa.
Ela já fez os seus 40 anos.
Mas sente sua alma jovem.
Quer ver as crianças crescerem.
“Ainda vou ter um filho doutor”
- é o que ela sempre diz para as visitas.

As pequenas quatro criaturinhas dormem,
lado a lado, num colchão de casal.
Dora começa a pensar no futuro:
 e quando esta coberta ficar pequena para eles?
 A cama já está curta.
 Tem pé que já dorme pendurado... ou encolhido.

Mas logo ela se lembra de Deus,
 e faz a mesma prece de sempre:
 “Deus, não deixe faltar nada para os meus filhos”.
 E Deus sempre atende aos pedidos de Dora.

Antes de se deitar,
ela pega a bacia com água morna e uma bucha.
Lava os pés da criançada.
Faz uma gracinha com cada um.
Todos de pés limpos.
Oração.
Beijo na testa de cada um.

 Dora vai até a porta
 – segue o mesmo ritual desde que nasceram os gêmeos mais velhos –
 faz o gesto de uma grande cruz com a mão direita sobre os pequenos.
Uma bênção grande.

Dora é uma mulher de fibra.
Riso fácil.
Sem fome.
Sem sono.
 Incansável.
 De muita fé.
 Nunca deixou faltar nada em casa.
Nada.

Na casa de Dora, tudo é medido.
Nada é desperdiçado.
 O arroz, o feijão, a farinha...
Mas o amor é despejado em altas doses
sobre cada filho que se deita à cama quente.
A casa de Dora é um ninho.
Um ninho de amor, paz e esperança.
 A casa de Dora é uma incubadora de sonhos.
 Promete bons frutos à humanidade.

ELOISA ROCIA

domingo, 4 de julho de 2010

Constelação de Órion


- Olha lá a Constelação de Órion. - Esta foi a minha fala prá você naquela noite.
Estava frio. Estávamos vindo da Universidade. Éramos apenas bons amigos.Você, como todo o bom amigo, cuidadoso, sempre me deixava no portão de casa e ficava me esperando entrar. Só ia embora após ouvir o barulho da tranca da porta.
Naquela noite, como que me pedindo para ficar mais um pouco, você olhou para o céu e disse: “- que céu espetacular... veja!”
Parei contra o portão. Você com um pé na sarjeta, outro no asfalto. Olhávamos para o céu.
- Constelação de Órion? Você estuda Enfermagem ou Astrologia? - caindo na risada. Você não fazia idéia do que seria esta tal constelação.
- A constelação de Órion - expliquei - é uma constelação reconhecida em todo o mundo, por ter estrelas brilhantes e visíveis de ambos os hemisférios. É uma constelação fácil de ser enxergada pois, dentre as estrelas que a compõem, destaca-se a presença das “Três Marias", que formam o cinturão de Órion – expliquei. – Nunca ouviu falar nas “três Marias”?
- “Três Marias? Onde?” – (o golpe fatal).
- Apontei com o dedo para o cinturão de Órion: as três Marias. Veja!
Minha avó dizia que não se devia apontar estrelas no céu com o dedo. Dizia ela que não trazia boa sorte. Lembrei-me dela nesta hora. Em quase tudo os idosos estão certos. Mas nisso minha avó errou.
Nosso namoro começou dias depois deste ocorrido. No nosso caso deu sorte: faremos neste ano (2.010), oito anos de casamento. E o mais interessante: temos as três Marias dentro da nossa própria casa: as nossas Marias.


Eloisa Rocia

Mundo paralelo



I live in a parallel world

A hidden reality
My thoughts can crawl
and go
many worlds ...
Meet distant lands
Just as I close my eyes.


I love my parallel world.
Without this world I'd go crazy!


Surely! =)

(ROCIA, Eloisa)