quinta-feira, 28 de maio de 2009

mudanças...

A verdade é que foi-se o tempo em que tudo me abalava.
Aprendi a sorrir sem querer.
Desaprendi a chorar.
Talvez tenha até perdido a pureza original.
Mas a verdade é que hoje me machuco menos.
Jamais me decepciono, porque jamais espero.
Foi-se o tempo em que eu sonhava com o comportamento perfeito.
Aprendi a ser assim.
Desaprendi a ser eu mesma.
Talvez tenha perdido o jeito de sorrir e de chorar.
Mas a verdade é que estou imune a muitas coisas.
Jamais perco a esperança, pois já não espero.
Foi-se o tempo em que fui perfeita.
Aprendi a lutar sempre.
Desaprendi a esperar dos outros.
Talvez tenha perdido a fé nas pessoas.
Mas a verdade é que estou melhor assim.
Sempre feliz com tudo, pois talvez já tenha até demais.

( Eloisa Rocia, por ela mesma...)

O ARTESANATO É A POESIA DAS MÃOS...

O artesanato é a poesia das mãos...
Revela a alma daquele que sente...
Expressa os seus anseios e virtudes...
Sendo o fruto do trabalho do homem, é sagrado.
Todo aquele que se põe a criar,
no fundo, mesmo que sem saber,
deseja matar a saudade do seu próprio Criador.
Existe no homem um gérmen divino...
Existe no divino a semelhança do homem...
Talvez a arte tenha o poder de unir as coisas...
Talvez seja um instrumento de paz entre as nações...
Talvez tenha o poder de fazer reviver
tudo aquilo de bom que havia em nós mesmos,
e que, sem perceber, deixamos adormecer...
A arte enternece a alma, alivia os pesos da vida...
As mãos, muito mais do que partes de um corpo,
sem dúvida, são os mais poderosos instrumentos de cura que temos...
A arte é a poesia das mãos!
(Eloisa Rocia)

SER... OU NÃO SER?


SE EU TIVESSE O TEMPO DE SER,
CERTAMENTE EU SERIA.


NINGUÉM DEVERIA SER COBRADO DAQUILO QUE NÃO DEVE,
ASSIM COMO O QUE NÃO É.


FOSSE EU AQUILO QUE PENSAM...
SERIA DE CONCRETO E FERRO,
COM ARTICULAÇÕES DE SILICONE,
CORAÇÃO DE SEDA
CÉREBRO DE CHIP.


TERIA DEZ MÃOS,
PODER DE BILOCAÇÃO
OLHOS E ASAS DE ÁGUIA
FACE DE BARBIE.


SURDA, CEGA E MUDA PARA CERTAS COISAS.
SEM NECESSIDADE DE SONO,
OU DE IR AO BANHEIRO.
SEM CAPACIDADE DE RACIOCÍNIO,
APENAS DE ARMAZENAMENTO.


SEM CORAGEM DE ESCALAR AS HIERARQUIAS,
MAS COM GRANDE CAPACIDADE DE IDOLATRÁ-LA.


SIMPLESMENTE “AMÉLIA” MODERNA.
SEMPRE ESTÁVEL.


SEM CAFEÍNA NEM BENZODIAZEPÍNICOS.
SEMPRE DISPOSTA.


SORRIDENTE E AGRADECIDA POR NADA.
 

FOSSE EU AQUILO QUE PENSAM...
CAPAZ DE RESOLVER O MUNDO,
TODAS AS DOENÇAS,
TODO O CONFLITO...
 

SEMPRE PENTEADA,
SEMPRE MAQUIADA,
MAGRA E SEM FOME.
 

(SERIA EU, SE FOSSE TUDO, MAIS FELIZ DO QUE SOU?)
 

QUISERA ENTENDER COMO FAZER PRÁ SER
ORA CÉREBRO GIGANTE, PRA DESVENDAR ENIGMAS,
ORA CÉREBRO DE ERVILHA, PARA NÃO QUESTIONAR...
(QUISERA ENTENDER: E SÓ)


SE EU TIVESSE TEMPO DE SER,
CERTAMENTE EU SERIA:
SENDO MÃE PRESENTE,
ABANDONAR A CRIA PRÁ SERVIR AO OUTRO
SERVIR AO MUNDO,
(ABANDONANDO O MEU PRÓPRIO MUNDO)
 

SEM VIDA PRÓPRIA.
SEM NENHUMA ASPIRAÇÃO.
SIMPLESMENTE SER
(O QUE ESPERAM).


NÃO NECESSITAR DE REDE NEM BARCO.


TALVEZ ME ANGUSTIE SER O QUE NÃO QUEREM.
SER VISTA COMO O QUE NÃO SOU.

ENQUANTO PENSAM QUE EU SOU DE AÇO,
ME DESFAÇO...

DEMOREI, MAS ENTENDI:
UMA VEZ QUE ME ESGOTAREM,
SOBRARÁ O CASCO DESCARTÁVEL.


QUISERA COMPREENDER POR QUÊ
CADA VEZ QUE O MUNDO DIZ:
‘SEJA VOCÊ MESMA’
NÃO ESTÁ IMPLÍCITO QUE,
SE VOCÊ REALMENTE O FOR,
SERÁ BANIDO COMO UM CÃO SARNENTO.

SE TIVESSE CHANCE DE SER, CERTAMENTE EU SERIA.
NÃO ME IMPORTARIA DE ACORDAR COM ESTA MÁSCARA
APEGADA À MINHA CARA.


TUDO O QUE É AUTÊNTICO,
É ESCARRADO PRÁ FORA DOS PULMÕES
DESTE BRUTO SISTEMA.


QUISERA EU ENTENDER O POR QUÊ
QUE O MUNDO ABOMINA AS PROSTITUTAS,
MAS EXIGE PROFISSIONAIS QUE SE VENDEM
POR TÃO POUCO...
(COMO SE VENDER O ESPÍRITO
NÃO FOSSE PIOR QUE VENDER O CORPO)

QUISERA TER A “INTELIGÊNCIA” SUFICIENTE
PARA ENTENDER ESTE MUNDO QUE NÃO ME ENTENDE...


A VERDADE É QUE A OSMOLARIDADE É VERDADEIRA:
QUANDO MAIS ME APARECEM AS RUGAS NA FACE,
MAIS ME TORNO O QUE O MUNDO ESPERA.

SER... SIMPLESMENTE...
OU NÃO SER.

ELOISA ROCIA

sábado, 16 de maio de 2009

ESTES BONS OUVIDOS AINDA ME TRARÃO ALGUM PREJUÍZO...


Estou aqui a me rir (para não chorar), de um fato que ocorreu-nos por estes dias.

Estávamos nós (eu e meu amor), a fazer compras para o mês, num desses grandes, famosos e populares mercados de rede.

A fila estava enorme, pois era véspera do dia das mães.

Após enchermos o carrinho, nos dirigimos à fila do caixa.

Enquanto eu espreitava, comovida, a um saquinho de batatinhas que estava sendo esmagado por um fardo de refrigerantes no carrinho do colega ao lado, Meu amor teve uma crise (bem comum) de romantismo.
Beijou-me carinhosamente a boca e acariciou o meu rosto.

Bem atrás de nós, ouço alguém (mal humorado) a cochichar: "estes casaisinhos... não tem lugar prá namorar? Veja se fila de supermercado é lugar?"
Não havia como, por maior que fosse o barulho por ali, não detectar aquela voz estridente, amassada e cochichada.
Também não havia como negar que o objeto do comentário teríamos sido nós.

Caio riu-se da situação, e provocou: tascou-me outro beijo e mostrou-lhes na mão esquerda, a aliança.

Para nossa surpresa, retrucaram o comentário: "safaaaaado! está com a amante e nem tirou a aliança!"


Senti um misto de riso e choro naquele momento. Será que um homem não pode continuar namorando a sua esposa só porque passaram-se 7 anos de casamento?

Por que não pensaram que a primeira opção pudesse ser um esposo beijando A SUA PRÓPRIA esposa?

QUE MUNDO É ESTE, MEU DEUS!



ELOISA ROCIA