Quem serei eu senão uma farsa?
Um segredo (não) contido?
Uma trágica comédia?
Uma divina trama?
Que será desta vida senão o sopro?
Esta brisa de agora?
Esta mandala mutante,
Que uma ora é, outra já não é mais?
Uma sombra me segue
Outra está sob meus passos:
Já não sou eu quem sigo
Nem sou eu quem vou
Dois ou mais seres brigam e rugem
Ora um vence, outra ora vence o outro,
E segue assim esta farsa em vida
Esta obra, in persona, à la Kafka.
(Eloisa Rocia)