domingo, 21 de fevereiro de 2010

Enternecendo

Sem tentar entender
Suspiro e espero
Qualquer hora
No alvorecer,
Esquecendo para lembrar
Olhando para não ver



Quisera não dormir
E acordar
Exercitar o pensamento
Atrofiar o desumano que há em mim
Tudo é nada
Espero pela eternidade
Que sei que existe
Em algum lugar
Dentro em mim.



Sofrer para aprender
A me compadecer
Adoecer para aprender
a ter misericórdia
Empobrecer
para a ser solidária



O espiritual me desperta o humano
Sei que tenho uma missão aqui
Se não puder fazer melhor
 a vida dos meus semelhantes,
Então terá sido
toda a minha vida
 em vão.



Eloisa Rocia

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

27 de janeiro de 2000


Sutilmente se foi,
Como sutilmente viveu

Naquele dia, de sol e calor,
O céu que era ouro, enferrujou
Como se enferruja um prego na areia.

O que era importante perdeu a graça,
Tudo se entristeceu ao redor.
Um ano que iniciou com um fim...
e terminou com um começo.

O que ficaram foram fotos,
um violão velho, um piston
e um caderno de partituras com a sua letra feia.

Teus sofejos ficaram muito tempo em meus ouvidos,
e até hoje em meus sonhos.
Teu jeito de me apoiar, de investir em mim...
De tirar leite de pedra para alimentar meus caprichos...

O som do violão já não ouço mais.
As plantas murcharam, sentindo a sua falta.
Das três estrelas, não vistes nenhuma,
embora estejas perto das constelações.

O dia, que era cheio de cores,
perdeu um pouco do azul
Mas vale a pena pensar e crer
que um dia nos reencontraremos,
num abraço eterno,
e poderei sentir de novo o cheiro da relva fresca
e a cor do sol.

Nas minhas tentativas, pouco acertei.
Mas do teu olhar, já de mãos dadas com a irmã morte,
jamais me esquecerei:
porque me olhaste, como que me aprovando em tudo.
E este olhar me dá forças ainda hoje,
anos depois de ires encontrar o Pai, meu pai.

Te amarei sempre, e seguirei teu exemplo
de amor à família, de força, garra,
loucura... e da tua incansável paz de espírito!

ELOISA

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Matizes

Dia quente
Inquietude
Murmúrio calmo
Manhã plena, de muitas matizes.

Posso ver, sentir
o momento
feliz, sereno...
infinito.

Agora é tudo
e tudo é belo
bom
e sublime.

Bom poder ver
de novo
o novo
e crer, como outrora.

Prá sempre é talvez
que já não me incomoda.
Que me importa?
o hoje é tudo - e só.

Perfeito, pleno e agradável
dia cheio
sem sono,
sorrisos sinceros
Vida nova
Nova vida
Num dia quente
De muitas matizes...
que hoje vejo!

ELOISA ROCIA

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Hoje


Eis o dia de hoje:
o tempo que tenho.
Tudo o que vemos passa
o imortal fica.

Que me importa o futuro inconstante?
Não me preocupo com o amanhã que ameaça.
Hoje me basta.
Tenho este momento, e só.

Não me preocupo com nada,
confio em meu Pai.
Ele me segura e supre minhas necessidades.
Não sou eu quem faz,
mas Ele quem faz através de mim.

Vou por onde me mandares, Senhor!
Ofereço-te o meu 'hoje',
pois é a única coisa que tenho.

Como um pequeno filho,
que se atira escadaria abaixo,
sabendo que o seu pai o segurará,
não o deixará cair,
Assim quero ser,
sem deixar-me escapar de suas mãos!

Das vãs preocupações,
das tristezas e dos desprezos do dia a dia,
me desfaço,
como quem retira das sandálias
 a poeira da estrada.

Assim sigo, hoje...
Amanhã? Que me cabe saber?
Apenas lanço-me AGORA em Teus braços,
e confio em Ti.

Eloisa

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Infância Espiritual

“Pai, Senhor do céu e da terra, eu te dou graças porque escondeste estas coisas aos
sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos” (Lc 10,21)
Bem aventuradas os filhinhos 'teimosos',
porque ensinam seus pais a serem mais persistentes ante as dificuldades!

Bem aventuradas as crianças 'arteiras',
porque elas nos mostram que devemos ter criatividade!

Bem aventurados as crianças espontâneas,
porque elas nos ensinam a ser verdadeiros!

Bem aventuradas as crianças doentes,
porque elas nos ensinam a jamais desistir da vida!

Bem aventuradas as crianças malformadas,
porque elas nos ensinam que o mais belo é o que está
no mais profundo do nosso ser!

Bem aventurados os deficientes físicos,
porque eles nos ensinam que o corpo é matéria,
e a matéria passa!

Bem aventurados os deficientes visuais,
porque eles nos ensinam a ver mesmo na escuridão!

Bem aventurados os deficientes auditivos,
porque eles nos ensinam que o silêncio é essencial
para se ouvir o coração diz!

Bem aventurados os deficientes mentais,
porque eles nos ensinam que
não se deve achar que sabemos tudo!

Bem aventurados os filhinhos ‘bagunceiros’,
Porque eles ensinam aos seus pais
Que a organização deve estar dentro e não fora!

Bem aventurado é todo aquele que compreende que
Muito mais do que ensinar,
Devemos aprender com os pequeninos!

Eloisa